quinta-feira, 10 de maio de 2018

Israel acusa Irão de atacar Montes Golã e bombardeia “dezenas” de alvos na Síria

MÉDIO ORIENTE
Público
10 de Maio de 2018, 10:02 
Presidente francês pede fim da escalada entre os dois países. 
Ministro da Defesa de Israel diz que foram atingidas quase todas as posições iranianas na Síria e que espera que "toda a gente tenha percebido a lição".

Israel acusou as forças iranianas de dispararem 20 mísseis contra territórios que controla, nos Montes Golã, e respondeu com o que a imprensa israelita descreve como o maior ataque em território sírio nas últimas décadas. 
Telavive garante que foram atingidas “dezenas de posições iranianas na Síria”, noticia a AFP.

Segundo a Reuters, pouco passava da meia-noite quando os Montes Golã foram atacados pela primeira vez, a partir da Síria, pelas forças iranianas. 
Israel garante que interceptou e destruiu pelo menos 20 rockets iranianos, atribuindo o ataque à força de elite al-Quds, um dos braços da Guarda Revolucionária iraniana. 
Em resposta ao ataque, dezenas de mísseis israelitas atingiram vários alvos iranianos na Síria, entre eles depósitos de armamento, uma estação de radar e bases de defesa antiaérea, noticiou a agência noticiosa síria, a Sana.

Na segunda-feira – depois do anúncio da Casa Branca de retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão – Telavive já tinha reforçado os meios de defesa neste território ocupado à Síria e orientando as autoridades civis para que abrissem os abrigos anti-bomba.

O ataque israelita contra território sírio visou alvos iranianos, nomeadamente um depósito de armamento pertencente à Guarda Revolucionária iraniana numa localização a Sul de Damasco. 
O lançamento de mísseis iranianos terá sido uma resposta a esse ataque, mas Israel, que tem sustentado que não permitirá que o Irão nem a milícia xiita libanesa Hezbollah consigam consolidar a sua presença em território sírio.

“Espero que tenhamos encerrado este capítulo e que toda a gente tenha percebido a lição”, afirmou o ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, numa conferência sobre segurança em Herzliya, Telavive, cita a Reuters.

Assegurando que Israel atingiu “quase todas as infra-estruturas iranianas na Síria”, Lieberman acusou o Irão de “ser possivelmente o único país que hoje representa o extremismo não só do ponto de vista ideológico, mas também de forma activa, disposto a sacrificar os seus próprios cidadãos e o seu futuro em nome dessa ideologia radical”. 
“A sua actividade não se limita ao Estado de Israel”, disse o ministro, “vemos os iranianos a operar no Iémen, no Iraque, no Líbano e também em África”, sublinhou, em declarações reproduzidas pelo site israelita Ynet.

O jornal israelita Haaretz cita uma fonte anónima ligada às forças de segurança que garantiu que o ataque foi o maior dirigido contra a Síria desde Maio de 1974 e que o país de Bashar al Assad foi avisado para não retaliar. 
Além disso, a Rússia também foi avisada antes da ofensiva.

Quanto ao ataque iraniano, foi “comandado e ordenado pelo [general da al-Quds] Qassem Soleimani, que não conseguiu atingir os seus objectivos”, acusou o porta-voz do exército de Israel, Jonathan Conricus,

Referindo desconhecer o número baixas iranianas provocadas pela resposta de Israel, Conricus sublinhou que Televavive “foca-se menos em pessoal militar e mais em capacidade e armamento, de modo a infligir um dano de longo prazo às posições iranianas na Síria”, que “vão demorar muito tempo a substituir”.

Perante o maior ataque israelita em décadas, o Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou ao fim da escalada da tensão entre os dois países.

Fontes do gabinete da presidência francesa disseram à AFP que Macron ia abordar o assunto com a chanceler alemã, Angela Merkel, num encontro esta quinta-feira em Aix-la-Chapelle, França. 
Merkel fez o discurso na cerimónia em que foi entregue a Macron o Prémio Carlos Magno, que destingue desde 1950 uma personalidade política europeia. 

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