domingo, 19 de abril de 2015

Putin justifica envio de armamento para o Irão e acusa Kiev de abandonar Donbass
























Na maratona anual de perguntas e respostas, Putin defende-se das sanções impostas pela alegada participação russa no conflito ucraniano MIKHAIL KLIMENTYEV/REUTERS

PÚBLICO 
16/04/2015 - 20:14


O Presidente russo respondeu a perguntas durante quase quatro horas. Reiterou que não existem soldados russos na Ucrânia e diz que o Governo de Kiev ergueu um bloqueio a Donbass.

O Presidente russo justificou o fim da restrição ao envio de armamento anti-míssil para o Irão com o facto de o país ter evidenciado “um alto grau de flexibilidade e desejo em chegar a compromissos” ao longo das negociações sobre o seu programa nuclear. 
Vladimir Putin participava num programa anual de perguntas e respostas organizado pelo serviço de rádio e televisão do Estado.

No início desta semana, o Governo russo levantou a restrição ao envio dos sistemas anti-míssil S-300 ao Irão. 
A compra foi concluída em 2007, mas a entrega do armamento foi suspensa em 2010 pelo então Presidente russo, Dimitri Medvedev. 
Medvedev travou o envio dos S-300 graças à pressão exercida pelos Estados Unidos e por Israel para que o negócio não avançasse.

A proibição do envio de armas ao Irão foi depois incluída nas restrições impostas pelas Nações Unidas ao país como resposta ao seu programa nuclear. 
Apesar de se ter atingido um acordo-base para o programa nuclear iraniano no início deste mês, as sanções ao país ainda estão em vigor, uma vez que o acordo definitivo só será assinado em Junho.

Mas Vladimir Putin reiterou nesta quinta-feira que a suspensão do envio do sistema anti-míssil ao Irão foi uma decisão tomada pelo país (e não imposta pelas sanções) e sublinhou ainda que o armamento é defensivo, referindo-se às críticas vindas de Israel no início da semana. 
“[O sistema] não ameaça de todo Israel; é exclusivamente uma arma defensiva”, disse.

Durante o programa, Putin refutou uma vez mais as acusações de que existem tropas russas a combaterem no Leste da Ucrânia e acusou o Governo de Kiev de estar a promover um bloqueio económico a Donbass, região no Leste da Ucrânia que está em parte sob o controlo de separatistas pró-Rússia.

“Vemos um bloqueio total de Donbass”, afirmou o Presidente russo. 
“Pode dizer-se que as actuais autoridades ucranianas estão a desligar-se de Donbass pelas suas próprias mãos”, disse o líder russo. 
Vladimir Putin acrescentou ainda que as sanções impostas à Rússia pela sua alegada participação no conflito ucraniano “são inúteis e não fazem sentido”, argumentando que estas não passam de um mecanismo político para “conter o desenvolvimento” da Rússia.

A maratona de perguntas e respostas ao Presidente russo durou quase quatro horas. Vladimir Putin já a fez 13 vezes.

Em 2014, o programa concentrou as atenções devido à participação de Edward Snowden. O norte-americano, que denunciou um vasto programa de vigilância electrónica nos EUA, questionou Vladimir Putin se na Rússia existia também um sistema da mesma natureza. Snowden foi criticado por ter participado no que é visto como um programa controlado pelo Kremlin.

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