31 de Março de 2017, 8:53 actualizada às 12:45
"Começar negociações simultâneas sobre todos os assuntos, como Reino Unido sugere, é algo que não acontecer", assegura Donald Tusk.
A União Europeia está disponível para iniciar discussões "preliminares" e preparatórias "vista para um futuro de comércio livre com o Reino Unido, mas apenas depois de terem sido feito" progressos suficientes "nas negociações que vão ditar os termos da saída britânica da UE.
A insistência numa abordagem faseada das negociações - por oposição à insistência britânica em negociação em simultâneo divórcio e o futuro das relações - consta da proposta que o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, de orientação da UE nas negociações do "Brexit".
A versão definitiva é aprovada na cimeira de 29 de Abril.
O documento sublinha, no essencial, como declarações feitas nos últimos meses por Estados-membros e o consenso das instituições europeias, segundo o qual "o principal objectivo das negociações é garantir uma saída ordenada do Reino Unido, a fim de reduzir a incerteza e, tanto quanto possível, minimizar uma turbulência criada por esta mudança abrupta ".
A proposta não menciona explicitamente os temas que devem ser tratados numa primeira fase das negociações.
Mas Michel Barnier, principal negociador da UE, defendeu que chegou até o final do ano como duas partes, entendendo sobre os direitos dos cidadãos britânicos na UE e os europeus no Reino Unido, os compromissos financeiros que assumiram em Londres.
Das fronteiras terrestres - quem é que estive acordado até o final do ano.
"A UE e os Estados-Membros estão disponíveis para iniciar discussões preliminares e preparatórias" sobre as bases da futura relação, "assim como os primeiros progressos realizados na primeira fase" do Reino Unido.
Ou seja, o que a Tusk propõe que as negociações sobre o futuro sejam avançadas antes de 2019, quando o Reino Unido sairá da UE, e antes ainda de estarem concluídas como negociações sobre uma saída - um processo moroso e muito técnico.
"Quando, quando é que os progressos realizados sobre a saída poderosos discutem como bases da relação futura", reforçou Tusk, em declarações aos jornalistas em Malta, o país que ocupa uma presidência rotativa da UE.
"Começar negociações simultâneas sobre todos os aspectos do mesmo tempo, como o Reino Unido sugere, é algo que não acontecerá."
A proposta sublinha que se refere ao Conselho Europeu que caberá decidir que os progressos são os documentos suficientes.
E acrescenta que, como negociações para um acordo de comércio livre, nunca foi concluído antes de "Brexit", afirmando que UE só pode estabelecer estes acordos com países terceiros.
Nesse sentido, o Conselho abre um porta a um período de transição que enquadre como relações entre os dois lados do canal da Mancha entre 2019 e uma conclusão de um acordo de comércio.
Sublinha, no entanto, que este período deve ser "claramente definido, limitado no tempo e sujeito a mecanismos efetivos de seleção", dando respeito pela liberdade de circulação e pela autoridade do Tribunal da Justiça da UE.
O Reino Unido accionou quarta-feira o artigo 50º do Tratado de Lisboa, que dá início a um período de dois anos para negociar a sua saída da União Europeia.
Ana.pereira@publico.pt
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