ANA GOMES FERREIRA
18 de Outubro de 2017, 11:23
Xi Jinping a discursar no Congresso
A China entrou “numa nova era”, a era em que “deve estar no palco principal do mundo”, disse o Presidente chinês, Xi Jinping, na abertura do 19.º Congresso do Partido Comunista Chinês, que decorre a partir desta quarta-feira em Pequim.
A China, disse, pode “ser uma grande potência no mundo” e desempenhar “um importante papel na História da humanidade”.
O Presidente chinês, que acaba de cumprir o seu primeiro mandato de cinco anos, e tem mais cinco assegurados, disse que o modelo de crescimento chinês — o “socialismo com características chinesas” — “floresceu” e tornou-se um “novo modelo” que outros países em desenvolvimento podem seguir.
“Outros países têm [agora também] esta escolha”, disse Xi.
É o Congresso, que se reúne de cinco em cinco anos e que se realiza à porta fechada, que determina quem manda na China.
O comité central deverá escolher novamente Xi para secretário-geral (o cargo mais importante do país, que o torna Presidente da China).
Pouco depois de o Congresso acabar — não há uma data determinada para o encerramento —, o partido divulgará quem são os novos membros do comité permanente do politburo, o órgão mais poderoso da hierarquia.
Desde que Xi chegou ao poder, em 2012, as reformas económicas visando a modernização aceleraram-se.
Xi tornou-se também mais controlador da cadeia de decisão.
Xi apresenta-se desde o primeiro momento como um presidente transformador, como o foram Mao Tsetung (que instituiu a China comunista) e Deng Xiaiping (que iniciou a reforma e a abertura).
No discurso com que abriu o Congresso do PCC, que os analistas classificaram de “muito confiante”, percorreu os seus primeiros cinco anos no cargo e concluiu que a China está numa situação estável (conseguiu controlar o partido, em grande parte devido à campanha anticorrupção), conseguiu grandes feitos na economia e encontrou um lugar no mundo — até agora, nunca o Presidente ousara ligar o nome da China ao conceito de grande potência mundial.
Foi a primeira vez que o fez — ainda que se tenha ficado pelo “pode” ser uma grande potência.
Xi confirmou que o seu modelo de gestão político-económico, o socialismo com características chinesas, é para manter e disse que o Partido Comunista se oporá a qualquer ideia ou movimento que comprometa a liderança do PCC.
Anunciou ainda um plano de duas fases para alcançar a “modernização socialista” — um novo conceito — da China em 2050.
Não o descreveu em pormenor, disse que se centra em reformas económicas e em medidas ambientais que tornarão a China “próspera e bonita”.
ana.gomes.ferreira@publico.pt
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