PÚBLICO
11/02/2016 - 09:31
Ao todo, 11,5% da população da Síria morreu ou ficou ferida desde o início da guerra, em Março de 2011, segundo um documento do Syrian Center for Policy Research.
A guerra na Síria fez pelo menos 470.000 mortos e quase dois milhões de feridos, números muito superiores aos que costumam ser referidos com base na última contagem feita pelas Nações Unidas, segundo o relatório de um instituto sírio publicado esta quinta-feira.
O documento avalia o impacto de cinco anos de guerra na população, na economia e nas infra-estruturas da Síria, e foi elaborado pelo Syrian Center for Policy Research, que se apresenta como um think tank independente, não-governamental e sem fins lucrativos.
No total, segundo este relatório, 11,5% da população da Síria morreu ou ficou ferida desde o início da guerra, em Março de 2011.
No mesmo período, a esperança média de vida desceu de 70 anos para 55,4 anos.
"As implicações da crise continuam a despedaçar a população da Síria no país e um pouco por todo o mundo devido à deslocação da população, às migrações, aos pedidos de asilo e ao constante aumento do número de mortos e feridos.
A população caiu de 21,80 milhões de pessoas em 2010 para 20,44 em finais de 2015.
A população total teria chegado aos 25,59 milhões de habitantes se o conflito não tivesse começado, pelo que a população real decresceu 21%", lê-se no relatório.
No final do ano passado, cerca de 45% da população síria tinha sido forçada a sair das suas casas devido à guerra, e mais de seis milhões de pessoas estão deslocadas no interior do território do país.
Segundo o relatório do Syrian Center for Policy Research, mais de três milhões de pessoas fugiram do país como refugiados e 1,17 milhões migraram para outros países.
Dos 470.000 mortos, cerca de 400.000 foram vítimas directas de bombardeamentos, explosões e tiroteios, e as outras 70.000 não resistiram devido à falta de medicamentos, outros cuidados de saúde ou água potável.
"Achamos que os registos da ONU e as estimativas informais subestimam as baixas devido à falta de acesso à informação", disse ao jornal britânico The Guardian Rabie Nasser, autor do relatório.
Nasser diz que os seus métodos são "rigorosos" e estima que o número de mortes indirectas devido à guerra na Síria "vai ser ainda maior no futuro, apesar de muitas organizações não-governamentais e a ONU as ignorarem".
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