O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que, antes de o Reino Unido decidir sair da União Europeia (Brexit), estava a preparar uma ligeira revisão em alta do crescimento global e de algumas economias de referência.
Mas a Brexit veio baralhar tudo.
O crescimento mundial foi assim cortado em uma décima (face ao outlook da primavera, em abril), para 3,1% neste ano.
A zona euro, pelo contrário, ganha mais uma décima, crescendo 1,6%, puxada pelas revisões em alta da Alemanha e França.
De acordo com a atualização de verão ao panorama (outlook) económico mundial, divulgada nesta terça-feira a partir de Washington, o efeito Brexit ainda se vai prolongar por “vários meses”, adicionando “incerteza” às previsões do Fundo, reparou Maury Obstfeld, o economista-chefe da instituição.
Na conferência de imprensa, referiu que quando mais longas e incertas forem as negociações de saída da UE, pior será para os mercados de capitais e pior para as economias mais frágeis.
Os cenários mais adversos penalizarão mais o Reino Unido, necessariamente, mas também colocarão pressão acrescida em alguns na zona euro por causa da fragilidade da banca.
O novo cenário de base, feito ainda com poucas semanas de informação pós-brexit, dá para já um corte no crescimento do Reino Unido de duas décimas, para 1,7%.
Os Estados Unidos perdem também duas décimas, crescendo 2,2% em 2016.
Itália, referida juntamente com Portugal como risco para a estabilidade global por causa dos bancos, leva um corte de crescimento de uma décima, ficando-se agora por uma expansão de apenas 0,9%.
Como estão os principais parceiros de Portugal
Na zona euro, Alemanha e França resistem, ganhando até uma e quatro décimas no ritmo de crescimento (crescem 1,6% e 1,5%, respetivamente), enquanto Espanha, o maior parceiro económico de Portugal vê intacta a sua projeção, mantendo uma expansão real de 2,6%. Em 2017, Espanha arrefece até 2,2%.
O Brasil, outro parceiro de referência de Portugal, terá uma recessão de 3,3% que é menos má do que há três meses, quando o FMI estimava 3,8% de contração neste ano. Em 2017, a economia brasileira deve “normalizar”, registando um crescimento ténue de 0,5%, diz agora o Fundo.
(Atualizado às 14h50)
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