DIOGO QUEIROZ DE ANDRADE
6/2/2015, 17:04
A fação Houti anunciou o controlo do país, depois da queda do governo democraticamente eleito.
No terreno a situação continua instável, com grande parte do território em guerra civil.
Num comunicado ao país transmitido pela televisão e presenciada por alguns líderes tribais e representantes militares, os rebeldes Hostis deram a conhecer o novo regime do Iémen.
Os rebeldes anunciaram a dissolução do parlamento do Iémen e a tomada do poder no país.
Numa série de decretos constitucionais, alteraram a estrutura de poder do país: mandataram um conselho nacional com cinco membros para substituir o parlamento e escolher um governo tecnocrático.
E também decretaram um período de dois anos para formalizar a transição de poder, durante o qual a governação do país será na prática da responsabilidade da liderança Houti – e como esta etnia é exclusivamente xiita será difícil fazer-se respeitar pela minoria sunita que existe no sul do país.
Mas a transição está longe de ser unânime no país.
Nas regiões sul do país, este movimento é visto como uma ingerência declarada do Irão nos assuntos internos do Iémen e a transição está a ser contestada.
Em declarações à Al-Arabiya, um delegado da Conferência Nacional fez questão de afirmar que os rebeldes sabem que o seu poder “não se estende ao sul.
Este grupo militar quer controlar o Iémen mas sabe que isso nãos será possível”.
A leste, continuam os confrontos com o braço local da Al-Qaeda, que ainda está muito ativa.
Falta saber o que a liderança unificada do exército irá fazer.
Segundo as cadeias internacionais presentes em Sanaa, os rebeldes que controlam a capital parecem ter o apoio militar, mas está por saber se o topo da hierarquia militar apoia de forma unânime este novo governo.
Em termos externos, até agora o único apoio ao novo governo vem do Irão.
Mas estando os Houtis ativos no combate à Al-Qaeda, será difícil aos governos ocidentais não apoiar esta transição, mesmo que apenas de modo tácito – apesar de as Nações Unidas já terem afirmado que não reconhecerão o novo poder.
E a Arábia Saudita, que é a outra força dominante na região e tem combatido os Hostis, também ainda não anunciou o que vai fazer.
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